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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Destinados a incompreensão

Edward Hopper


Não acredito que alguém possa me compreender. Para isso ser possível deveria supor que esse alguém pudesse me conhecer, pensar e sentir como eu. Mas eu sozinho já sou gente demais. Não sou numa única direção, não sou inteiramente livre para isso. Mas, se pelo contrário, sou em multi direções, quem pode estar em todas elas a não ser eu mesmo? O juízo do outro sobre mim estilhaça-me por completo. Seu entendimento não é sobre mim, mas apenas de um fragmento, ou sou por inteiro ou não sou. Se sou apenas o agora, o entendimento do outro está sempre desatualizado. Se não nos mostramos por completo, não em razão das máscaras sociais, mas em função de nossa própria limitação, qualquer juízo será apenas um sintoma. Ainda assim, se sou daqueles que se distanciam irremediavelmente da superfície para o profundo, para o abismo e não encontre dentre os vivos, alguém a quem me sinta próximo, que esperar daqueles que jamais sairam da superfície? Nada além de que estamos destinados a incompreensão.

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