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sábado, 13 de novembro de 2010

Auto Engano

"... o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entando, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer."
(Jean Paul Sartre)

O homem, quando diante de uma escolha difícil e desfavorável, com freqüência se refugia no auto-engano, fenômeno chamado por Sartre de má fé. O homem quando atormentado pela angústia de que é livre e que somente ele, sem auxílio algum, deve decidir por si mesmo, geralmente este recorre a duas opções. Na primeira delas se atribui a responsabilidade de sua ação à fatalidade de um destino. Na segunda este finge não escolher, se auto-engana ou segue uma moral pré-estabelecida, se torna adepto de algum dogma religioso, moral ou ideológico optando por seguir em vez criar-se a si próprio. Um bom exemplo disso é o indivíduo que numa eleição se abstém de votar ou vota nulo, alegando que não participará do processo democrático para não ser conivente com a escolha de um representante ruim, quando nenhuma das escolhas lhe é favorável. Ele alega que não escolher é também uma escolha. Porém ele está apenas se auto-enganando, acreditando que não escolhendo estará isento de responsabilidade no devir. O indivíduo que assim pensa, age desta forma somente para se livrar da angústia da escolha, da responsabilidade que implica assumir riscos quando não há alternativas favoráveis nem fáceis. Então ele prefere se acovardar assim como aquele que prefere morrer do que ir pra guerra. Viver implica em escolher, assumir riscos, responsabilidades e ser agente do próprio destino. Quem não escolhe a si próprio diretamente, escolhe a si próprio indiretamente como um acidente de percurso.

"A liberdade absoluta mete a justiça a ridículo. A justiça absoluta nega a liberdade. Para serem fecundas, as duas noções devem descobrir os seus limites uma dentro da outra."
(Albert Camus)

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