( Friedrich Nietzsche)
Por muito tempo acreditou se que alma e corpo eram entes distintos, que alma era imortal, a senhora do corpo e que deveria buscar o Bem, diria Platão ou buscar Deus, diria tradição judaico-cristã... e por ultimo Descartes e toda sua geração de mecanicistas que acreditavam que o corpo nada mais era que uma máquina e nós apenas a mente - a alma - e o corpo nada mais que um escravo das paixões, dos vícios e de todas as coisas mundanas. Mas se enganaram, sua metafísica está sob ruínas. Pensamos, logo existimos - é a lógica cartesiana, única maneira de obter consciência de si mesmo. O fato de termos consciência de nossa existência faz nos existir, do latin "ex-sistere", que quer dizer "estar em pé, fora de", e assim nos observamos como se estivéssemos fora do corpo, um ente à parte, eis a causa dos insensatos dualismos entre mente e corpo. Somos ao mesmo tempo quem observa e quem é observado, somos quem manda e quem obedece e nesse paradoxo em meio ao absurdo existir, passamos por uma multiplicidade de sensações, percepções e nos confundimos, restando apenas a metafísica como explicação. Porém, hoje a luz do meio dia, podemos afirmar que a mente sem o corpo não existiria e o corpo sem a mente seria apenas uma máquina sem programa, porém um auto-programa e assim mente e corpo interagem e ambos são um só. Felizmente já se foi o tempo que alma desprezava o corpo, se julgando superior, o tempo da alma imortal... mas o jogo teve fim, a alma imortal está morta, assim como Deus e o mecanicismo não passou de uma breve quemeria, e o corpo foi ressucitado - eis o soberano!
2 comentários:
Às vezes o que me dói é ser corpo, inteiramente corpo. Será que Nietzsche poderia compreender-me?
Abraços,
Talvez, mas arrisco dizer que o compreendo, por isso como diria Nietzsche, "temos a arte para não morrer com a verdade".
Abraço!
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